Olá, eu sou o Ricardo Martins Pereira e sou viciado em fazer coisas. Pronto, agora que já expus o meu problema, já posso falar um pouco de mim e de como esta adição afeta a minha vida. Nasci em 1976, por isso cresci sob influência do Dartacão, do Star Wars, do Indiana Jones, do ET e dos Gremlins. Quando percebi que dificilmente ia ser tão bom como o Chalana, virei para a segunda coisa que achava que sabia fazer melhor: escrever. Já sabia que queria ser jornalista no 10.º ano, mas ainda antes de entrar para a universidade, e para ganhar dinheiro para comprar livros do Lucky Luke e do Júlio Verne, e um Commodore Amiga, pus-me a trabalhar onde calhava. Primeiro, vendi facas, peluches e máquinas de costura portáteis porta a porta. Uns tempos depois, fui entregar pizzas na minha mota — ainda me lembro daquela noite dos 6-3 em Alvalade, em que ia dizia aos clientes: “Está aqui a pizza de peperonni. Sabe dizer-me como está o Sporting-Benfica?”.

No jornalismo, fiz de tudo. Comecei na Rádio Azul de Setúbal, no final do primeiro ano da faculdade, fiz desporto no 24horas, ajudei a lançar o Portugal Diário no IOL, fiz reportagem na Focus, voltei ao desporto em A Bola, chefiei a redação do 24horas e do i, fui editor na Sábado e 20 anos depois de ter começado resolvi criar o meu próprio emprego. Fundei a NiT em 2014, depois a MAGG em 2018, pelo meio dei aulas, cursos, criei um blogue, uma agência de influenciadores e estou a dirigir um museu. Tenho três filhos, três empregos, corro maratonas, e quando tenho tempo vou dormindo aqui e ali.

Eu sou o Ricardo Martins Pereira e sou viciado em fazer coisas. Nunca me vou curar. Nem quero.